segunda-feira, 18 de agosto de 2008

propostas de governo

Por enquanto, ponto para a Soninha. Apesar do resumo telegráfico das propostas, é a mais sensata de todas, seguida pela do Ivan Valente, acreditem se quiser (melhor: leiam abaixo).

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São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2008

Eleições 2008 / DNA Paulistano

Só metrô pode aliviar o trânsito na região, afirmam candidatos

Alckmin e Kassab querem manter projeto de expansão; Marta promete mudar traçado


0O metrô, responsabilidade do governo do Estado, liga os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo quando o assunto é o trânsito na zona sul. Pela segunda semana, a Folha publica respostas para questões específicas sobre regiões da cidade, formuladas a partir de problemas identificados pela própria população na pesquisa "DNA Paulistano". É o maior levantamento já feito pelo Datafolha sobre São Paulo e seus habitantes, com 28.389 pessoas entrevistadas. Na região sul, foram ouvidas 2.447 pessoas.
Alckmin (PSDB) e Kassab (DEM) vão continuar com o atual projeto de expansão do metrô, que interligará a linha 5 à linha 2. Marta (PT) promete mudança no traçado previsto, já que a estação Cachoeirinha-Conceição, passando pela av. Faria Lima e pelo aeroporto, não está no atual projeto.

URL: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1608200806.htm

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São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2008

Como reduzir o trânsito causado pelo crescimento imobiliário e do comércio?

Marta Suplicy (PT)
Construiremos a linha de metrô Cachoeirinha-Conceição, que passará pela av. Faria Lima e pelo aeroporto; investiremos na expansão da linha 5, levando-a do largo 13 até a Chácara Klabin, e faremos corredores de ônibus. Vamos rever a lei de ocupação da cidade.

Geraldo Alckmin (PSDB)
Vamos prolongar a av. Roberto Marinho até a Imigrantes e fazer a ligação com a av. do Estado. Faremos melhorias na av. dos Bandeirantes. Ampliaremos a linha 5, interligando-a à linha 2. Vamos arrumar calçadas e aumentar freqüência e qualidade dos ônibus.

Gilberto Kassab (DEM)
Na próxima gestão vou investir, no mínimo, mais R$ 1 bilhão no metrô. Já destinamos R$ 200 milhões para as futuras estações Campo Belo e Adolfo Pinheiro. O trânsito vai melhorar quando a linha 5 chegar à Santa Cruz, ligando a zona sul às demais linhas.

Paulo Maluf (PP)
O grande problema do trânsito da zona sul advém dos congestionamentos das marginais dos rios Pinheiros e Tietê. Daí a minha intenção de construir seis faixas de trânsito a mais, em cada lado das duas marginais, com a cobertura parcial do leito dos rios.

Soninha (PPS)
Terminar/melhorar a conexão dos corredores aos terminais de ônibus; melhorar a operação dos corredores; criar linhas de transporte interbairros (inclusive de barcas); incentivar a atividade econômica na região, reduzindo a distância entre casa e trabalho.

Ivan Valente (PSOL)
O comércio cresceu sem que houvesse um planejamento. Com o colapso do trânsito, é preciso investir em transporte público de massas sobre trilhos e ampliar os corredores de ônibus, em alguns casos, duplicando a pista. Além de investir no sistema cicloviário.

URL: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1608200806.htm

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Os candidatos main stream continuam colocando ênfase no metrô como a principal solução. Não é.

Claro, todos gostam de metrô: é rápido, limpo e seguro, e fica predominantemente debaixo da terra, ou seja, não agride a paisagem e os carros não precisam dar preferência para os trens (já com o ônibus, os carros disputam espaço viário). Só tem dois "probleminha": (1) é muito caro! (2) sua construção é demoradíssima!

Sobre o item 2, a resposta comum é: alguma hora teremos que começar. Mas se há restrição orçamentária (da última vez que chequei, há), e há opções com custo-efetividade muitíssimo maior (custo por quilômetro, passageiros por quilômetro, passageiros por hora etc.), pergunto: por que então não dar preferência orçamentária para outras opções?

Para quem visitou Bogotá, ou ao menos foi na ótima mostra fotográfica que ficou em cartaz no SESC Vila Mariana até começo deste mês, deve ter conhecido o sistema TransMilenio. Inspirado no sistema de Curitiba, acabou servindo de inspiração para outras cidades latino-americanas (que eu conheça, Santiago do Chile, onde sua implementação foi um desastre --não por demérito da idéia, mas de sua implementação, mesmo--, e Quito, no Equador).

O sistema colombiano custou pouco menos de US$ 6 milhões por quilômetro, para atender 1 milhão de passageiros por dia. Se tivessem optado pelo metrô, cada quilômetro teria custado dez vezes mais (só a capa desse relatório já é um show à parte...). Vale lembrar a ótima entrevista de Paulo Sergio Custodio na Folha. Segue trecho interessante para esta discussão:

METRÔ
A nova linha 4 do metrô de São Paulo só vai ter 400 mil passageiros "novos" por dia. Os demais 500 mil são gente que já usa o metrô. São feitas 30 milhões de viagens diárias em São Paulo. Ou seja, o metrô custa uma fortuna para levar um grupo minúsculo. Mas veja o poder das empresas e a fortuna que move o metrô, veja a Alstom, então fica difícil competir com os corredores de ônibus.

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