segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Medida extrema nº 5: Limite ao licenciamento de carros

Esta é a última medida extrema do artigo em questão. Espero que consigamos implementar todas ou parte das medidas anteriores, e nunca precisar chegar a esta. É a mais dramática de todas: não é mais um limite ao uso do veículo, mas a sua propriedade. E o que fazer com os já existentes, retirá-los de circulação? Se os brasileiros já chiaram quando acharam, em 2005, que o governo ia confiscar as armas de fogo que não possuíam (a maioria da população, pelo menos), imagine então falar em confisco veicular...

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Limite ao licenciamento de carros

Talvez a solução mais drástica para conter a proliferação dos carros tenha sido a adotada em Cingapura. Além de criar elevadas tarifas para a aquisição de veículos, o governo instituiu o Certificado de Propriedade (COE, na sigla em inglês). Trata-se de leilão de licenças que limita o número de automóveis na cidade-Estado, uma ilha com pouco mais de 4,6 milhões de habitantes. O custo de cada licença pode chegar a algo em torno de 21 mil reais. Hoje, há cerca de 851 mil veículos na ilha. Na última década, a frota cresceu menos de 2,5% ao ano.

"O sistema é semelhante ao aplicado aos taxistas do Brasil, que possuem um número limitado de placas para rodar", explica Eric Ferreira. Xangai, a maior cidade da China, com 17 milhões de habitantes, adotou um sistema semelhante. Lá, as licenças para comprar automóveis podem custar mais de 5 mil dólares.

"Trata-se de uma medida muito dura, mas necessária. Em Xangai, um trajeto de 15 quilômetros pode levar mais de três horas e meia", comenta o engenheiro Paulo Sérgio Custódio, hoje em Pequim, na China, onde dá consultoria em projetos locais. "Espero que São Paulo não precise adotar uma medida tão rígida como essa, mas o agravamento dos congestionamentos me deixa receoso de que isso será necessário num futuro muito próximo."
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Extraído da Revista CartaCapital, Medidas extremas, 19/3/2008.

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