O assunto certamente é polêmico. Mas eu acho que os autores desse artigo da HBR têm bons argumentos em mãos:
It's Time to Make Management a True Profession
Longe de argumentos corporativista tipo CFA/CRA, no sentido de tornar a prática (ou o ensino) da Administração um monopólio para titulados na área (estou exagerando o argumento, claro, mas vai nesse sentido), o artigo reconhece que muitas empresas são bem geridas por pessoas que nunca tiveram treinamento formal na área (só para citar um exemplo, Bill Gates, que não tem treinamento formal em nada, aliás...). O artigo chega a perguntar: "Does Management Education Add Value?"
Parte de minha crise com o curso de Administração era exatamente essa: com exceção de algumas boas idéias inovadoras (e que exigiram profunda reflexão e pesquisa) aqui e acolá, não vejo na Administração muito mais do que "bom senso sistematizado". Eu não operaria o tumor de ninguém, nem construiria um prédio ou defenderia uma ação legal, mas não consigo ver impedimento de juristas, engenheiros e médicos administrando (bem) empresas (ex.: o médico Claudio Luiz Lottenberg, presidente do hospital Albert Einstein, ou o "jurista" Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Grupo Gerdau).
Os autores, cujas idéias estão resumidas na reportagem da The Economist abaixo, propõe não apenas que a Administração adote padrões mais rigorosos de conhecimento e competência para os formados na área (no limite, fornecendo o título mediante testes do tipo "exame da OAB"), como que os administradores adiram a um "código de ética" comum, um juramento como o que os médicos fazem (Juramento Hipocrático). Gostei das sugestões de conteúdo que um Juramento Whartoniano (inventei agora, estou aberto a sugestões) traria.
First, do no harm
Do bosses need their own Hippocratic Oath?
Oct 7th 2008 | From Economist.com
http://www.economist.com/daily/columns/businessview/displaystory.cfm?story_id=12371968
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