Entre 1990 e 2006 os países que mais cresceram neste índice de globalização foram os non-OECD with low income, seguidos pelos non-OECD with high income. Nesta última década, os países da OECD ficaram praticamente estagnados, ainda que em patamar muito mais alto que os demais.
Fora o fato de não ter havido retrocesso protecionista nos últimos anos, nenhuma grande surpresa: a globalização foi um fenômeno realmente mundial, e os países mais fechados se abriram a uma taxa relativamente maior, mas em termos absolutos continuam mais fechados.
O índice é composto por três grandes eixos (entre parênteses, seus pesos relativos na composição do índice):
- Globalização econômica (38%)
- Globalização social (39%)
- Globalização política (23%)
Olhei o Brasil em relação aos outros países da América Latina e Caribe. Estamos bastante abaixo da média dos latino-americanos, mas perdemos muito no quesito "globalização social", que mede contatos pessoais (tráfego de telefonemas e cartas, turismo e estrangeiros residentes), fluxo de informações (internet, televisão e jornais) e cultural (que mais parece "de assimilação" que "de intercâmbio").
As variáveis culturais são curiosas: além do comércio internacional de livros, que faz bastante sentido, as duas outras são "McDonald's per capita" e "Ikea per capita".
Além de não termos Ikea no Brasil (infelizmente!!!), McDonald's não faz muito sucesso por aqui fora das metrópoles -- além de ser cada vez mais uma opção cara, quem aqui trocaria um tutu com couve mineira por aqueles sanduíches do Mc?!
Essa idéia "mão única" da globalização social precisa ser revista. Afinal, por que não medi-la por "churrascarias gaúchas ou parrillas argentinas per capita", em vez de McDonald's?
PS: Por falar em McDonald's, reportagem da Folha de S.Paulo de hoje mostra que ele já não é mais o grande vilão simbólico dos participantes do Fórum Social Mundial: "Passeata tem até lanche do 'ex-vilão' McDonald's", 28/1/2009. Où est Bové?!
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