segunda-feira, 23 de março de 2009

Vestibular nacional

Ótima idéia. Parece a idéia do SAT (e do ACT) americano que, aliás, serve não apenas para as universidades públicas, e é administrado por uma ONG.

Outra boa idéia seria avaliar as notas históricas do aluno em vez de submetê-lo a um mega-vestibular como o ENEM, o que lá eles chamam de GPA. Incentivaria o aluno a estudar durante toda sua vida acadêmica, em vez de "correr atrás do prejuízo" nos últimos meses com a ajuda de cursinhos pré-vestibulares...

Também acabaria com a maior crítica ao (em princípio, bom) sistema de progressão continuada, com um sistema de avaliação contínua.

Enfim: muito o que se fazer na área, ainda!

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São Paulo, segunda-feira, 23 de março de 2009

Editoriais

Vestibular nacional

O MINISTRO da Educação, Fernando Haddad, pôs na praça uma ideia sobre vestibulares federais -sua unificação- que poderá conduzir a mudança profunda nos processos seletivos para ingresso nas universidades nacionais.
O vestibular representa uma típica anomalia acadêmica brasileira, que muito tem contribuído para deformar o ensino médio. Escolas secundárias sucumbem ao imperativo de treinar alunos para passar no exame, com ênfase em técnicas de memorização. Descuidam, assim, de transmitir-lhes o conhecimento necessário para viver e sobreviver no mundo contemporâneo, da esfera da cultura à do trabalho.
Qualquer iniciativa para subverter esse estado de coisas deve ser saudada e escrutinada com lupa, mesmo no estado embrionário em que foi apresentada a reitores das federais.
Candidatos às 227 mil vagas oferecidas anualmente pelas universidades do MEC, hoje, não têm como concorrer em mais de uma federal, pois os exames se realizam na mesma época. O conceito posto em discussão é que passem a concorrer simultaneamente em todas as unidades, sem sair de sua região.
O novo exame teria duas fases, como já praticam muitas instituições de ensino superior. Em lugar dos habituais testes de múltipla escolha, porém, a primeira seleção seria baseada de maneira exclusiva no Enem.
O que está deflagrando debate entre reitores e educadores é a segunda fase. Não há sombra de consenso ainda quanto a fazer uma só prova, com as mesmas questões dissertativas.
Alguns dirigentes das federais prefeririam manter controle direto sobre a etapa final da seleção, em nome da autonomia universitária, um princípio que não deveria ser atropelado. Há quem advogue usar só o Enem e parar por aí. Um terceiro grupo aceita a prova nacional, mas sem adesão obrigatória por todas as universidades federais.
Segundo o Ministério da Educação, há, contudo, concordância geral com o princípio da competição nacional pelas vagas de cada unidade. Se implantada, aumentaria de forma substancial a mobilidade de estudantes pelo país, contribuindo para que cada universidade federal tenha a chance de preencher suas vagas com os melhores candidatos.

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