quinta-feira, 16 de julho de 2009

Departures

AFP

Para que tanto apego ao corpo, mesmo depois que ele perde a utilidade?

Correção: ele perde a utilidade se simplesmente o queimarmos.

Na terra, ao menos serviria como adubo. Mas se enchermos de concreto em volta, como fazemos nos países predominantemente monoteístas (apenas em 1963 a igreja católica aboliu as restrições à prática, muçulmanos ainda proíbem, e os judeus também não gostam muito da idéia, diz a The Economist), ocupa um espaço danado. Menos problema em países pouco populosos, também argumenta a revista. Mesmo assim, em vez dos cemitérios poderia haver parques! Imagina uma São Paulo com 10 vezes mais Ibirapueras, que beleza...

Por que não doar para a Medicina, para melhorarmos as aulas de anatomia? A proporção de cadáveres por aluno ainda é baixíssima no Brasil (só não é menor por conta dos indigentes -- e pelo contrabando de cadáveres).

Não consigo entender por que alguém prefere ter seu corpo lentamente devorado por milhões de bactérias carnívoras ou incinerado a dar sua última contribuição para a melhora das condições de vida dos que aqui ficam. É o ato final de egoísmo (ou da pura falta de esclarecimento).

Ainda sobre o assunto:

Gostaria que minha cerimônia de despedida fosse como a do filme Philadelphia (ninguém chorando; uma celebração da vida, não da morte). Ou quem sabe assim (o filme mais bonito que vi esse ano).

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