quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Piauienses: Petrobras e o pré-sal

Na conclusão do parecer, no qual Maturana assinou o seu “De acordo”, está dito que “os equipamentos de contenção e recolhimento apresentaram problemas (barreira afundada em vários trechos e recolhedor quebrado), não sendo possível a simulação dos procedimentos. Ressalta-se que os mesmos problemas se repetiram em praticamente todos os simulados realizados pela empresa no ano de 2009, o que demonstra a necessidade de uma alteração dos seus procedimentos de avaliação e manutenção destes equipamentos”.

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Num segundo parecer, de 19 de maio, assinado por dez analistas ambientais, sete deles presentes no simulado da plataforma SS-53, depois de uma referência ao acidente da BP no Golfo do México, se afirma que grandes vazamentos de óleo exigiriam uma quantidade de recursos e uma organização logística bem mais ampla do que a Petrobras dispõe hoje: “Percebe-se que, mesmo em vazamentos de 80 metros cúbicos – 80 mil litros –, considerados ‘médios’ na legislação brasileira, a empresa tem apresentado dificuldades na execução dos exercícios de resposta até mesmo em situações previamente definidas, muito diferentes de um acidente real.”

E a equipe recomenda, com gravidade: “Levando em conta as pretensões da empresa em ampliar suas operações de exploração e produção de óleo na Bacia de Santos, entende-se que, para futuros empreendimentos, a empresa deverá reformular toda a sua estrutura de emergência.”

A Petrobras teve uma nova chance três meses depois, em 9 de junho: um segundo simulado, na mesma plataforma SS-53, e praticamente nas mesmas condições, incluindo o aviso prévio. “A Petrobras foi novamente reprovada, porque cometeu os mesmos erros”, contou Maturana fazendo riscos numa folha de papel. “É muito grave que tenha cometido tantos erros e não tenha atendido o tempo de resposta, que é chegar à área do derrame no tempo estabelecido. Como vai procurar manchas de óleo na região, ou instruir as embarcações, se o helicóptero não tem autonomia? Nós então determinamos que ela só obteria novas licenças de operação, para furar novos poços, se mudasse o Plano de Emergência.”

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