sábado, 25 de fevereiro de 2012

Hellhole

“It’s an awful thing, solitary,” John McCain wrote of his five and a half years as a prisoner of war in Vietnam—more than two years of it spent in isolation in a fifteen-by-fifteen-foot cell, unable to communicate with other P.O.W.s except by tap code, secreted notes, or by speaking into an enamel cup pressed against the wall. “It crushes your spirit and weakens your resistance more effectively than any other form of mistreatment.” And this comes from a man who was beaten regularly; denied adequate medical treatment for two broken arms, a broken leg, and chronic dysentery; and tortured to the point of having an arm broken again. A U.S. military study of almost a hundred and fifty naval aviators returned from imprisonment in Vietnam, many of whom were treated even worse than McCain, reported that they found social isolation to be as torturous and agonizing as any physical abuse they suffered.

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Most hostages survived their ordeal, Fletcher said, although relationships, marriages, and careers were often lost. Some found, as John McCain did, that the experience even strengthened them. Yet none saw solitary confinement as anything less than torture. This presents us with an awkward question: If prolonged isolation is—as research and experience have confirmed for decades—so objectively horrifying, so intrinsically cruel, how did we end up with a prison system that may subject more of our own citizens to it than any other country in history has?

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One of the paradoxes of solitary confinement is that, as starved as people become for companionship, the experience typically leaves them unfit for social interaction. [...] Perversely, then, the prisoners who can’t handle profound isolation are the ones who are forced to remain in it. “And those who have adapted,” Haney writes, “are prime candidates for release to a social world to which they may be incapable of ever fully readjusting.”

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Advocates of solitary confinement are left with a single argument for subjecting thousands of people to years of isolation: What else are we supposed to do? How else are we to deal with the violent, the disruptive, the prisoners who are just too dangerous to be housed with others?

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And evidence from a number of studies has shown that supermax conditions—in which prisoners have virtually no social interactions and are given no programmatic support—make it highly likely that they will commit more crimes when they are released. Instead, the report said, we should follow the preventive approaches used in European countries.

HELLHOLE
The United States holds tens of thousands of inmates in long-term solitary confinement. Is this torture?
by Atul Gawande | The New Yorker | MARCH 30, 2009
http://www.newyorker.com/reporting/2009/03/30/090330fa_fact_gawande

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

piauienses: Comissão da Verdade

Um dos juízes pediu que ela dissesse alto o que estava escrito nas camisetas que as famílias foram impedidas de usar no julgamento do STF. Ela disse: “A única luta que se perde é a que se abandona.”
Conciliação, de novo
Como um acordo entre o governo e a cúpula das Forças Armadas, e entre o PT, o PSDB e o DEM, impede que a Comissão da Verdade julgue militares e policiais que torturaram, mataram e desapareceram com corpos durante a ditadura
por Consuelo Dieguez | Revista Piauí | edição 64 (jan/2012)
http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-64/questoes-historico-politicas/conciliacao-de-novo

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Contradição

São Paulo, terça-feira, 7 de fevereiro de 2012Opinião

HÉLIO SCHWARTSMAN

O prazer da contradição

SÃO PAULO - Há algo de pedagógico na alternância do poder: percebemos com que facilidade situação e oposição trocam de papéis -e de princípios. A greve da PM baiana é uma oportunidade sem igual de ver a natureza humana em ação.

Em 2001, membros da corporação deflagraram uma paralisação, que também degenerou em violência. Na ocasião, o PT, por intermédio de Lula, defendeu a legitimidade da greve e responsabilizou o governo baiano, que era do PFL, pela barbárie. Hoje, o governador petista Jaques Wagner chama alguns dos grevistas de bandidos e se recusa a negociar. Denuncia a utilização política do movimento.

Ainda mais instrutivo é ver como os blogs de simpatizantes e antipatizantes do PT tratam a disputa, que ainda ganha pitadas do caso Pinheirinho.

A pergunta que fica é: as pessoas não se dão conta de suas contradições? E a resposta é "muito pouco".

O psicólogo Drew Westen mostrou que, na política, emoções falam mais alto que a lógica. Ele monitorou os cérebros de militantes partidários enquanto viam seus candidatos favoritos caindo em contradição. Como previsto, eles não tiveram dificuldade para perceber a incongruência do "inimigo", mas foram bem menos críticos em relação ao "aliado".

Segundo Westen, quando confrontados com informações ameaçadoras às nossas convicções políticas, redes de neurônios associadas ao estresse são ativadas. O cérebro percebe o conflito e tenta desligar a emoção negativa. Circuitos encarregados de regular emoções recrutam, então, crenças capazes de eliminar o estresse. A contradição é apenas fracamente percebida.

A surpresa foi constatar que esse processo de relativização não se limita a desligar as emoções negativas. Ele também dispara sensações positivas, acionando circuitos do sistema de recompensa, que coincidem com as áreas ativadas quando viciados em drogas tomam uma dose. Em suma, políticos e simpatizantes sentem prazer ao ignorar suas contradições.

helio@uol.com.br

URL: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/24407-o-prazer-da-contradicao.shtml