Decoração de fim de ano da Unter den Linden, região central de Berlin:
Rua dos Gusmões (Cracolândia), no centro de São Paulo, cuja planta de valores valorizou 70% este ano, tornando-a mais cara que Moema, Brooklin, Campo Belo e Jardins:
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Erundina, 21 anos
Um ano antes da queda do muro de Berlim, São Paulo vivia um marco histórico em sua política.
A falta de dinheiro e de apoio político lhe custou muito de sua governabilidade.
Ainda assim, sua gestão trouxe avanços que hoje, mesmo com muito mais dinheiro em caixa e uma Câmara dócil, com vereadores recebendo "mesada" da Prefeitura (não entro em detalhes para não ser censurado ou sofrer ameaças), não se consegue (leia-se: deseja) mais repetir.
* * *
São Paulo, terça-feira, 17 de novembro de 2009
Erundina, 21 anos
FERNANDO DE BARROS E SILVA
SÃO PAULO - Faz 21 anos que Luiza Erundina foi eleita prefeita de São Paulo. Sua vitória, em 15 de novembro de 1988, muito inusitada, foi um marco histórico: "Mulher, nordestina, petista", ela resume a própria biografia tentando refletir sobre o que significava na época.
A disputa se dava ainda -pela última vez- em turno único. Erundina obteve quase 30% dos votos, ultrapassando na reta final o favorito Paulo Maluf, que se elegeria em 92. Jânio Quadros não compareceu à transmissão do próprio cargo.
Maria Luiza Fontenelle já havia sido eleita em Fortaleza em 1985 (e em 88 romperia com o PT). Mas São Paulo era a maior cidade da América Latina, o berço de ouro do malufismo. Erundina recorda que assumiu a prefeitura tendo de enfrentar "muita desconfiança e má vontade por parte de empresários", convertidas em "boicote" em vários casos. Mas foi alvo também da hostilidade do próprio PT, que lhe cobrava pontos do programa. "Havia muitas demandas represadas e era difícil convencer o partido de que a gestão municipal não iria dar conta delas".
Ainda assim, a ex-prefeita hoje avalia que seu legado foi a redefinição das prioridades orçamentárias, deixando de lado grandes obras viárias para enraizar a ação da prefeitura no social e na periferia: ônibus-bibliotecas, creches, mutirões -o "erundinês" é a língua da organização comunitária e do esquentamento dos movimentos sociais.
Aquela, diz Erundina, "era uma época dura, de inflação e desemprego, mas também politizada, de muita mobilização, diferente de hoje".
Erundina não poupa Lula pelo atual engessamento da política: "Ele não tem contribuído para fortalecer os movimentos sociais. Pelo contrário, tirou o seu protagonismo e cooptou o movimento sindical".
No país de Lula, diante de um governo que tem o PT a seus pés e os empresários gargalhando, soa quase como gafe espanar o pó de uma gestão sempre escanteada pelo partido. Inclusive em termos de conduta moral, o que vingou no PT não foi o bom exemplo de Erundina.
URL: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1711200903.htm
A falta de dinheiro e de apoio político lhe custou muito de sua governabilidade.
Ainda assim, sua gestão trouxe avanços que hoje, mesmo com muito mais dinheiro em caixa e uma Câmara dócil, com vereadores recebendo "mesada" da Prefeitura (não entro em detalhes para não ser censurado ou sofrer ameaças), não se consegue (leia-se: deseja) mais repetir.
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São Paulo, terça-feira, 17 de novembro de 2009
Erundina, 21 anos
FERNANDO DE BARROS E SILVA
SÃO PAULO - Faz 21 anos que Luiza Erundina foi eleita prefeita de São Paulo. Sua vitória, em 15 de novembro de 1988, muito inusitada, foi um marco histórico: "Mulher, nordestina, petista", ela resume a própria biografia tentando refletir sobre o que significava na época.
A disputa se dava ainda -pela última vez- em turno único. Erundina obteve quase 30% dos votos, ultrapassando na reta final o favorito Paulo Maluf, que se elegeria em 92. Jânio Quadros não compareceu à transmissão do próprio cargo.
Maria Luiza Fontenelle já havia sido eleita em Fortaleza em 1985 (e em 88 romperia com o PT). Mas São Paulo era a maior cidade da América Latina, o berço de ouro do malufismo. Erundina recorda que assumiu a prefeitura tendo de enfrentar "muita desconfiança e má vontade por parte de empresários", convertidas em "boicote" em vários casos. Mas foi alvo também da hostilidade do próprio PT, que lhe cobrava pontos do programa. "Havia muitas demandas represadas e era difícil convencer o partido de que a gestão municipal não iria dar conta delas".
Ainda assim, a ex-prefeita hoje avalia que seu legado foi a redefinição das prioridades orçamentárias, deixando de lado grandes obras viárias para enraizar a ação da prefeitura no social e na periferia: ônibus-bibliotecas, creches, mutirões -o "erundinês" é a língua da organização comunitária e do esquentamento dos movimentos sociais.
Aquela, diz Erundina, "era uma época dura, de inflação e desemprego, mas também politizada, de muita mobilização, diferente de hoje".
Erundina não poupa Lula pelo atual engessamento da política: "Ele não tem contribuído para fortalecer os movimentos sociais. Pelo contrário, tirou o seu protagonismo e cooptou o movimento sindical".
No país de Lula, diante de um governo que tem o PT a seus pés e os empresários gargalhando, soa quase como gafe espanar o pó de uma gestão sempre escanteada pelo partido. Inclusive em termos de conduta moral, o que vingou no PT não foi o bom exemplo de Erundina.
URL: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1711200903.htm
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